quinta-feira, 27 de agosto de 2009

RAZÃO DE SER DESTE BLOGUE

Ao fazer a história da minha Companhia de Caçadores Especiais que era a 265 e que,como a vossa ,pertenceu ao Batalhão 260, verifiquei que ninguém se tinha lembrado de vos recordar. Daí tomar sobre os meus ombros a tarefa de , pelo menos,pôr os vossos nomes neste meio tecnológico já que outras informações sobre a vossa Companhia não me foram fornecidas. Aqui fica a minha singela homenagem !
Caçadores - Unidades Especiais Foi sobretudo na sequência da directiva do Estado-Maior do Exército de 12/10/1959 que este ramo iniciou a preparação da defesa do Ultramar face à já então previsível eclosão de acções de guerra subversiva. No ano seguinte, foi criado, em Lamego, o Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE). A principal finalidade desta unidade era a preparação de quadros para o tipo de operações de contraguerrilha que o Exército poderia ter de enfrentar a muito curto prazo. Os instrutores dos primeiros tempos - oficiais e sargentos - eram cuidadosamente seleccionados e, em muitos casos, frequentavam cursos de contra-subversão e contraguerrilha em centros de instrução estrangeiros (França, Argélia, EUA, Grã-Bretanha e Espanha). Uma vez instruídos os primeiros oficiais e sargentos nas técnicas e tácticas de um tipo de guerra até aí praticamente desconhecido no Exército português, estavam criadas as condições para a constituição, enquadramento e preparação das primeiras unidades de combate, destinadas a enfrentar as situações específicas que se previam vir a ocorrer no Ultramar. A essas unidades entendeu-se atribuir a designação de caçadores especiais, para as distinguir dos caçadores tradicionais, tropas regulares de infantaria ligeira, vocacionadas para a vigilância das fronteiras. Inicialmente, cabia ao CIOE a tarefa de organizar e instruir as companhias de caçadores especiais. Posteriormente, todavia, só os oficiais e sargentos recebiam instrução naquele centro, indo depois constituir as companhias nos Batalhões de Caçadores n.º 5 (Lisboa) e n.º 10 (Chaves). Quando, em 4 de Fevereiro de 1961, se registaram, em Luanda, os acontecimentos que marcaram o início da luta armada, já se encontravam em Angola, como unidades de reforço, quatro companhias de caçadores especiais. Em meados de Abril do mesmo ano, esse número subiu para dez. Ao mesmo tempo, embora em menor número, também as guarnições de Moçambique e da Guiné receberam as primeiras unidades deste tipo. Constituídas por pessoal cuidadosamente seleccionado e dispondo de enquadramento rico e altamente motivado, as unidades de caçadores especiais provaram excelentemente em combate, nas difíceis condições dos primeiros meses de guerra. Foi-lhes atribuída, em primeira mão, a boina castanha, e foram as primeiras unidades do Exército a utilizar, em campanha, o uniforme camuflado. Todavia, a tradicional aversão dos mais altos responsáveis do Exército por tudo o que fosse «unidades especiais» - principal razão pela qual as tropas pára-quedistas foram atribuídas à Força Aérea - levou, em finais de 1961, à generalização da instrução de caçadores especiais a todas as unidades de combate do Exército. As últimas companhias de caçadores especiais foram constituídas em 1962 e, nesse mesmo ano, reforçaram as guarnições ultramarinas. A partir de 1962, portanto, as unidades de infantaria de reforço (batalhões e companhias independentes), que tomaram a designação de «caçadores», eram já as herdeiras e continuadoras dos caçadores especiais, embora, naturalmente, sem a mística própria dos corpos militares de elite que são, por definição, de reduzida expressão numérica. Comparados com os batalhões de infantaria, os batalhões de caçadores (BCaç) apresentavam-se mais aligeirados organicamente e em matéria de armamento e de efectivos. Em vez de cinco companhias, um BCaç dispunha apenas de quatro: uma companhia de comando e serviços (CCS) e três companhias de caçadores (CCaç). Relativamente ao batalhão de infantaria convencional, verificava-se a supressão da subunidade de apoio de combate (companhia de armas pesadas, equipada com metralhadoras, morteiros e armas anticarro). Por sua vez, as CCaç divergiam das suas homólogas de infantaria (companhias de atiradores) pela adopção prática de uma organização quaternária, que se materializava na constituição de quatro grupos de combate obtidos a partir de três pelotões de caçadores e um pelotão de acompanhamento (armas pesadas). Cada grupo de combate recebia a quarta parte das armas pesadas do pelotão de acompanhamento e cedia a quarta parte dos atiradores. O resultado era a constituição de quatro grupos de igual potencial de combate. Às unidades de caçadores - como, de resto, às unidades de artilharia e cavalaria que actuavam como infantaria - foram atribuídas fundamentalmente missões de quadrícula, situação que implicava a responsabilidade directa por uma zona de acção, perfeitamente delimitada, e a ocupação permanente de aquartelamentos fixos. Um pequeno número de unidades foi, no entanto, empregue como reserva de comandos superiores, participando em acções de intervenção em zonas de acção de outras unidades. (extraído, com a devida vénia, do blogue Guerra Colonial)
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